As fantásticas favelas de Tori Davis.
Boa tarde galera, no meu primeiro post aqui no blog gostaria
de falar de uma das minhas ilustradoras contemporâneas favoritas. Confesso que
tenho uma certa antipatia pela ilustração anglo-saxã e nos meus post’s ficará
claro minha predileção pelos artistas franceses, mas Tori Davis é uma exceção
com certeza! Quando se fala em ilustração, principalmente a vinda da America do
norte – e quando digo isso me refiro mais profundamente a criação de paisagens
– se fala em cores saturadas, geralmente doces, a cultura americana em geral
propicia esse tipo de estereótipo que Rui de Oliveira chamaria de “ doce de
coco” ou seja, bonito mais enjoativo.
Apesar de não ser Americana, Tori, uma artista inglesa de
apenas 25 anos estudou na “Arts University college Bournemouth” e seu trabalho
de conclusão de curso foi, adivinhem, sobre a nossa cidade maravilhosa. No
emocionante curta “ favelados” Tori demonstra toda a sutileza de seus traços
leves, a profundidade dos olhares marcados e expressivos e seu toque de
feminilidade da emoção, como se as próprias linhas se criassem por si só –
estão vivas! – Duvido que qualquer brasileiro tivesse a competência de fazer um
cenário tão incrível com o nosso cotidiano, a distância de Tori dos problemas
cotidianos que afagam a cidade do rio de janeiro proporcionou para que a
artista visse beleza no que para nós são apenas “ casinhas de morro”.
Entramos dentro de um conceito criado pouco antes do
romantismo inglês do século XIX, um conceito de pintura a que chamamos de
“pitoresco”. O pitoresco vem como um intermediário entre o “Belo” e o “Sublime”,
conceitos criados pela filosofia romântica do mesmo século, dentro desse estudo
estético, me atrevo a dizer que foi esse ideal do sublime ( até mesmo ao pé da
letra, o sublime de Burke) unido ao pitoresco que proporcionou a beleza dos
traços da artista. Quando se tem um distanciamento de uma cultura – explorar o
inexplorável, o exótico – implica-se em adentrar dentro da cultura mas filtrar
seus problemas cotidianos.
Tori notavelmente não sofre com todos os problemas de uma
comunidade, assim como John Constable – retornando ao romantismo – não vivia os
problemas dos camponeses que viviam nas florestas, sem qualquer tipo de
saneamento, cuidados de higiene e saúde. O caso é o mesmo, as pinturas de Constable encantam e os desenhos
de Tori também. Tori, atrevo-me a dizer novamente acerta em tudo, a linha flui
com perfeição, tem ritmo, peso, suas composições funcionam dentro do meio
plástico e as cores, á as cores, sua paleta reduzida – limitando-se as cores
terrosas e abrindo com cores iluminadas ( carmim talvez e cobalto) funcionam
perfeitamente.
Tudo emociona, abaixo segue o curta “ favelados” que é
absolutamente lindo!
Para quem curtiu essa ilustradora tanto quanto eu fica o
Blog dela http://toricat.blogspot.com/
Explorem, vejam, analise e até o próximo ensaio!
Bibliografia:
Jardins de Boboli. Oliveira; Rui de.
Investigação
filosófica sobre a origem de nossas idéias do Sublime e do Belo. Burke; Edmund.
http://www.waddo.net/Academic/thesis.htm
. Waddington; Keith.